O QUE É HPV?
Cerca de 291 milhões de mulheres no mundo são
portadoras do HPV e a incidência anual de 500 mil casos de câncer de colo do
útero. “HPV” é a sigla em inglês para papilomavírus humano, vírus capazes de
infectar a pele ou mucosa, são mais de 100 tipos diferentes.
Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV é
transitória e regride espontaneamente, mas em alguns casos a infecção persiste,
sendo ela causada por um vírus oncogênico (potencial para causas câncer). Câncer
de colo do útero tem origem na infecção causada pelo HPV oncogênico que causa
lesões precursoras no fundo da vagina e, se não tratadas, podem se transformar
em câncer. Na maioria das vezes, as lesões não apresentam sintomas, conforme
avança aparece o sangramento vaginal, corrimento e dor, nesses casos é
importante procurar um atendimento de saúde.
Além da infecção do HPV, a imunidade,
genética e o comportamento sexual influenciam na chance de desenvolver o câncer
de colo de útero. O tabagismo, o início precoce da vida sexual, o número
elevado de parceiros sexuais, de gestações e o uso de pílula anticoncepcional e
a atividade diminuída do sistema imunológico (causada por infecção pelo HIV ou
uso de imunossupressores) são considerados fatores de risco para o
desenvolvimento do câncer do colo do útero.
As mulheres podem se prevenir do câncer do
colo do útero através do exame ginecológico (Papanicolau), se as feridas forem
detectadas previamente a cura acontece em 100% dos casos. O exame pode ser
feito por mulheres que já tiveram relações sexuais ou entre 25 a 64 anos. O
exame deve ser realizado uma vez por ano, passando a cada três anos, se os
resultados forem normais.
Tanto os homens quanto às mulheres podem
estar infectados pelo vírus HPV. A principal forma de transmissão se dá pelo
ato sexual (oral-genital, genital-genital ou genital-anal) ou quando em contato
direto da pele/mucosa infectada. Para prevenir a transmissão é imprescindível o
uso de preservativo (camisinha) durante todo o contato sexual (com ou sem
penetração).
IMUNIZAÇÃO
A partir de 10 de
março começou a ser aplicada a vacina contra HPV gratuitamente pelo SUS em meninas de 11 a 13 anos em escolas
e postos de vacinação. Para receber a dose, basta apresentar o cartão de
vacinação ou documento de identificação.
As vacinas são preventivas, tendo como
objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos. Nenhuma das
vacinas é terapêutica, ou seja, não há eficácia contra infecções ou lesões já
existentes.
As vacinas possuem maior indicação para
meninas que ainda não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresentam maior
eficácia na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes nas
vacinas. Após o início da atividade sexual a possibilidade de contato aumenta
progressivamente: 25% das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o
primeiro ano após iniciação sexual e três anos depois esse percentual sobe para
70%.
Não existe risco à saúde caso uma pessoa que
já tenha tido contato com o HPV for vacinada. As vacinas são seguras e bem
toleradas e a duração da eficácia foi comprovada até 8-9 anos. Os eventos
adversos mais observados incluem dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção
e dor de cabeça de intensidade leve a moderada.
Esta vacina não é indicada para gestantes,
indivíduos acometidos por doenças agudas e com hipersensibilidade aos
componentes (princípios ativos ou excipientes) imunobiológicos.
A vacina é recomendada em três doses e deve
ser aplicada no musculo (via intramuscular). A segunda após seis meses da
primeira dose e a terceira após cinco anos.
Mesmo com a imunização, é importantíssimo
manter a realização do exame preventivo, pois as vacinas protegem apenas contra
dois tipos oncogênicos de HPV (responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo
do útero).
Em 2015, serão vacinadas as adolescentes de 9
a 11 anos e a partir de 2016, serão vacinadas as de nove anos de idade.
Caso ainda haja
dúvidas, entre em contato com um profissional da área da saúde ou envie a sua
duvida para o nosso blog.
Por: Beatriz Moreira Furtado
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