domingo, 19 de agosto de 2012

Cientistas criam protótipo de anticoncepcional masculino

Cartela de pílulas anticoncepcionais (Foto: Matthew Bowden/Stock.xchng)

Pesquisadores americanos conseguiram desenvolver um protótipo de contraceptivo oral masculino, após testes bem sucedidos com camundongos machos. O estudo, publicado no periódico Cell, sugere que a pílula anticoncepcional para homens pode entrar em testes clínicos com humanos dentro de um ano.

Os cientistas – da Universidade de Washington, da Faculdade de Medicina Baylor e do Instituto do Câncer Dana-Farber, ligado à Universidade de Harvard – testaram um novo composto, chamado JQ1. Eles descobriram que, em ratos, a substância foi capaz de interromper a espermatogênese, processo no qual o esperma se desenvolve.

O novo composto não possui hormônios, diferente da pílula anticoncepcional feminina, que geralmente contém estrogênio e progesterona. Segundo a pesquisa, o JQ1 é capaz de entrar na corrente sanguínea, chegar até os testículos e bloquear a função de uma proteína chamada BRDT, presente nos órgãos de camundongos e seres humanos e grande responsável pela produção do esperma.

Como resultado, os camundongos mostraram uma redução no número e na qualidade do esperma produzido, sendo considerados inférteis. Por outro lado, não sofreram impactos no desempenho sexual e na produção de testosterona.

Além disso, depois que os animais pararam de consumir o composto de forma contínua, a produção de esperma foi retomada normalmente, mostrando que os efeitos da substância são reversíveis. Os filhotes concebidos após o processo também nasceram perfeitamente normais.

O vídeo abaixo, disponibilizado pela Faculdade de Medicina Baylor, mostra como se comportam os espermatozóides sob o efeito do composto JQ1.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Campinas aprova nome social de transexual em documentos

Nome social deve ser incluído em todos os registros municipais relativos aos serviços públicos


As lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de Campinas, no interior de São Paulo, já podem usar o nome social nos registros de atendimento dos serviços públicos municipais, como fichas de cadastro, formulários, prontuários, registros escolares e outros documentos afins.

O decreto que garante o uso de nome social, que é adotado pelas travestis e transexuais para indicar sua identidade e a forma que são identificadas em sua comunidade e em seu meio social, foi publicado no Diário Oficial do Município de terça-feira.

De acordo com o coordenador de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, Paulo Reis dos Santos, esse é um passo fundamental para o reconhecimento da identidade das travestis e dos transexuais. "Essa foi uma demanda do movimento social LGBT e visa evitar o constrangimento que essas pessoas passam quando são chamadas pelo nome masculino em locais de atendimento público como escolas, centros de saúde, etc", explicou Reis.

Segundo o decreto, os órgãos da administração pública (direta e indireta) devem incluir e usar o nome social das pessoas travestis e transexuais em todos os registros municipais relativos aos serviços públicos.

Para que o nome social seja incluído, o interessado deverá preencher um formulário, onde será anotado, entre parênteses o nome social, antes do respectivo nome civil. A solicitação também deverá ser por escrito no caso de necessidade de produção de documento de identificação, como crachás.

Fonte: G1 - 21/06/2012
http://www.revistasimplesassim.com/noticias_exibir.php?id=123

terça-feira, 10 de julho de 2012

Artigo: Imagem corporal de mulheres com câncer de mama


Imagem corporal de mulheres com câncer de mama:
uma revisão sistemática da literatura


A mulher passa por um importante processo de reformulação da imagem corporal quando lida com o câncer de mama. Este artigo objetiva a compreensão da relação que o câncer de mama e seus tratamentos têm no processo de (re)elaboração da imagem corporal das mulheres, visando assim ao fomento de subsídios para a formação e a capacitação de profissionais de saúde mais atentos à promoção da qualidade de vida delas. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura de artigos científicos publicados entre 2004 e 2009 disponíveis em três bases de dado; 56 artigos foram revisados e agrupados em quatro categorias. Destacamos a necessidade de mais estudos que contemplem características socioculturais de mulheres com câncer de mama, sobre diferenças na (re)elaboração da imagem corporal de mulheres jovens e de mulheres mais velhas, e de publicações brasileiras sobre a experiência pessoal e aspectos socioculturais específicos de mulheres com câncer de mama.

Santos DB, Vieira EM. Ciência & Saúde Coletiva, 16(5):2511-2522, 2011

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Novo teste caseiro de HIV, pela saliva, é aprovado nos EUA


A agência americana Food and Drug Administration (FDA), que é responsável pela regulamentação de alimentos e remédios, aprovou o primeiro teste caseiro contra o vírus HIV ou Aids, pela saliva. O aparelho se chama OraQuick e foi desenvolvido pela empresa OraSure.

O OraQuick dá o resultado entre 20 à 40 minutos. Ele apresenta a presença do HIV pela saliva com uma haste bucal. O lançamento do produto está previsto para outubro e chegará às lojas com dois preços diferentes. Ele vai custar cerca de R$ 35 para profissionais de saúde e R$ 120 para os consumidores. O segundo valor é idealizado para cobrir custos com uma central de antendimento telefônico gratuita para fornecer informações para os seus usuários.

A FDA alega que o método não é 100% preciso, o que significa que o OraQuick poderá falhar em algumas situações. Já em pacientes que não tem o HIV o teste se mostrou 99% preciso.

FONTE: www.sidneyrezende.com/noticia/176393+oraquick+o+mais+novo+teste+caseiro+de+hiv+foi+aprovado+nos+eua

sexta-feira, 22 de junho de 2012


Entre no site da revista AQUI.

A revista Simples Assim nasceu da necessidade do mercado em ter uma publicação voltada ao público LGBT. Até então, as revistas que circulavam antes da Simples Assim continham um forte apelo sensual. Uma pesquisa feita pela Editora Nova Gestão, com 2.300 gays pela Internet, entre setembro e outubro de 2011, apontou uma grande carência por informação de qualidade, cultura, diversão e lugares onde os homossexuais poderiam frequentar sem preconceito.

A Simples Assim, é a primeira revista brasileira focada na difusão de conteúdo de qualidade que surge para suprir uma necessidade do público: a informação!

A publicação tem seu foco no público LGBT, mas também pode ser lida por pessoas heterossexuais que simpatizam com a causa, buscando mais conhecimento e muita informação. Com uma diagramação clara e textos inteligentes, a Simples Assim busca informar com qualidade um público estimado em 18 milhões de brasileiros.

FONTE: http://www.revistasimplesassim.com/empresa.php

Pesquisadores italianos criam novo coquetel contra Aids


Uma equipe de pesquisadores italianos do Instituto Superior de Saúde (ISS) concluiu um tratamento novo baseado em um coquetel de drogas que "educa" o sistema imunológico a controlar o vírus da Aids na ausência de uma terapia farmacológica.

Testes em macacos deram resultados excelentes e o início das experimentações em seres humanos só depende de financiamentos.

O alcance do estudo italiano, publicado hoje, é notável: na prática, abre a possibilidade para que os portadores do vírus HIV interrompam definitivamente o tratamento farmacológico.

Liderados por Andrea Savarino, os cientistas desenvolveram um coquetel específico de medicamentos que, administrados por um período limitado de tempo, foi capaz de induzir o organismo animal ao autocontrole da infecção.

"Nós administramos o coquetel nos macacos durante seis meses antes de suspender o tratamento. Há nove meses, os primatas, que já não recebem remédios, estão sob observação e respondendo bem. É um dado positivo, posto que meses de vida em macacos correspondem a muitos anos em humanos", observou Savarino.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/06/21/pesquisadores-italianos-criam-novo-coquetel-contra-aids.htm

domingo, 17 de junho de 2012

Superbactéria de gonorreia se espalha pela Europa


As cepas de uma "superbactéria" de gonorreia foram responsáveis por quase um em cada dez casos da doença sexualmente transmissível em 2010, mais do que o dobro da taxa do ano anterior, disseram autoridades sanitárias em 11 de junho de 2012.

As cepas resistentes a drogas também estão se espalhando pelo continente, advertiram as autoridades. Elas foram encontradas em 17 países europeus em 2010, sete a mais do que no ano anterior.

A gonorreia foi a segunda infecção sexualmente transmissível (DST) mais comum na Europa em 2010, com mais de 32 mil infecções, indicaram dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede em Estocolmo.

Embora a clamídia seja a DST mais registrada, com mais de 345 mil casos, o diretor do ECDC ressaltou que a gonorreia apresenta uma "situação crítica".

Marc Sprenger afirmou que o aumento dos casos de cepas de superbactérias indica que há o risco de a gonorreia se tornar uma doença sem tratamento no futuro próximo.

A proporção de casos de gonorreia com resistência ao antibiótico recomendado para tratar a doença, a cefixima, subiu de 4% em 2009 para 9% em 2010.

O relatório do ECDC segue-se à advertência da Organização Mundial da Saúde de que as formas intratáveis da gonorreia resistente a drogas estão se disseminando pelo mundo.

A gonorreia é uma infecção bacteriana que, se deixada sem tratamento, pode provocar doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, morte fetal, infecções oculares graves em bebês e infertilidade em homens e mulheres.

Ela é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo e é mais prevalente no sul e sudeste asiático e na Ásia Subsaariana.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que o número de casos por ano seja de cerca de 700 mil, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O surgimento da gonorreia resistente a drogas é causado pelo acesso não regulamentado e pelo uso excessivo de antibióticos, que ajuda a alimentar mutações genéticas da bactéria.

"Especialistas em saúde pública e médicos devem estar cientes da situação crítica atual e ficar vigilantes para fracassos do tratamento", disse Sprenger em um comunicado.

Os especialistas afirmam que a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver uma resistência ainda maior - além da necessidade urgente de desenvolver drogas novas - é diagnosticar a doença de forma precisa e rápida e tratá-la com combinações de dois ou mais tipos de antibióticos ao mesmo tempo.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/reuters/2012/06/11/superbacteria-de-gonorreia-se-espalha-pela-europa.htm

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tratamento contra Aids na África do Sul reduz infecções em bebês


Com apenas um ano de idade, Katakane ri e brinca nos braços da mãe soropositiva, enquanto um médico tenta examinar a menina no maior hospital público da África do Sul, em Soweto.

São apenas exames de rotina. A menininha é saudável, graças a um tratamento que salvou milhares de bebês nascidos de mães portadoras do vírus causador da Aids.

"Minha bebê está ótima! Ela brinca, diz 'papai, mamãe'. Sim, ela está bem, está ótima", contou, radiante, Nandi (nome fictício), de 32 anos, comentando o alívio que sentiu quando soube que a filha não tinha sido infectada com o HIV.

Dois anos atrás, enquanto estava grávida, Nandi ingressou em um programa de saúde pública concebido para evitar que mães soropositivas infectassem seus bebês com o vírus.

O tratamento salvou até 70.000 crianças ao ano, segundo autoridades, uma grande história de sucesso diante das quase seis milhões de pessoas que vivem com HIV e Aids no país.

Grávidas fazem o teste em clínicas de pré-natal, relatou a pediatra Avi Violari, no hospital Chris Hani Baragwanath, de Soweto.

"Se ela está contaminada com HIV, então oferecemos aconselhamento intensivo. E oferecemos tratamento durante a gravidez", explicou, enquanto crianças se penduram nas cadeiras azuis da unidade de pesquisa, aguardando os pais que fazem testes ou tratamento.

As mães soropositivas recebem medicamentos antirretrovirais (ARV) durante a gravidez e após o nascimento, e possivelmente uma dose extra durante o trabalho de parto, dependendo a evolução o vírus. Tudo de graça.

Os remédios reduzem a carga viral no corpo da mãe, que por sua vez diminui o risco de a criança contrair HIV através do cordão umbilical ou por exposição aos fluidos corpóreos da mãe durante o parto ou a amamentação.O recém-nascido também recebe algumas gotas de ARV em xarope, como um reforço para combater a infecção.

O êxito do tratamento tem sido uma bênção em um país onde metade dos 50 milhões de habitantes vive com menos de US$2 por dia. Embora os antirretrovirais tenham reduzido o perfil da Aids de doença mortal a crônica nos países mais ricos, permitindo aos infectados manter um estilo de vida normal, o mesmo não ocorre nos países mais pobres, onde a sobrevivência pode ser uma luta cruel e diária em busca de alimentação e medicamentos adequados.

Até uma década atrás, a África do Sul também era notoriamente resistente a fornecer medicamentos anti-Aids para as grávidas. O ex-presidente Thabo Mbeki, no poder na época, despertou críticas em todo o mundo por questionar se o HIV causava a Aids, bem como os diagnósticos e remédios ocidentais no combate ao vírus. Em 2002, no entanto, a Corte Constitucional determinou que os antirretrovirais fossem disponibilizados de graça para futuras mães com HIV.

Atualmente, o programa sul-africano de ARV foi além das grávidas e agora é oferecido a 1,3 milhão de pessoas, constituindo-se o maior programa do tipo no mundo.

Antes do lançamento do programa "Prevenção da Tranmissão de Mãe para Filho (PMTCT, em inglês)", quase um terço dos bebês do país nascia com HIV, contraído de suas mães. As taxas de infecção agora caíram para menos de 4%, segundo números oficiais divulgados no ano passado.

"É inacreditável como as taxas de transmissão caíram. É realmente dramático", disse na capital, Pretória, Theresa Rossouw, doutora chefe em HIV do país.

"O programa PMTCT é o carro-chefe do governo sul-africano. É algo sobre o que eles podem dizer, 'Nós lideramos este programa'", disse Thapelo Maotoe, médica na agência de ajuda americana USAID, que financiou com mais de US$3,3 bilhões o tratamento contra HIV/Aids na África do Sul desde 2004.

Os resultados representam uma boa notícia em um país onde a metade dos bebês soropositivos não consegue chegar aos cinco anos de idade, por causa da pobreza generalizada.

POR: Johannes Myburgh, em Soweto (África do Sul)
FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2012/05/31/tratamento-contra-aids-na-africa-do-sul-reduz-infeccoes-em-bebes.htm

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Comissão aprova união estável entre homossexuais

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira (24) projeto de lei que inclui no Código Civil a união estável entre homossexuais e sua futura conversão em casamento. A proposta transforma em lei uma decisão já tomada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011, quando reconheceu a união estável de homossexuais como unidade familiar.

Em seu relatório sobre o PL, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) defendeu a proposta lembrando que o Congresso está atrasado não apenas em relação ao STF, quanto em relação à Receita Federal e ao INSS, que já reconhecem casais do mesmo sexo em suas normas. A senadora lembra, no entanto, que a conversão de união estável em casamento não tem qualquer relação com o casamento religioso.A proposta, da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ainda terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário e também terá que ser votada pela Câmara dos Deputados, onde deverá enfrentar muito mais resistência do que no Senado, especialmente por parte da chamada bancada evangélica.

"O projeto dispõe somente sobre a união estável e o casamento civil, sem qualquer impacto sobre o casamento religioso. Dessa forma, não fere de modo algum a liberdade de organização religiosa nem a de crença de qualquer pessoa, embora garanta, por outro lado, que a fé de uns não se sobreponha à liberdade pessoal de outros", apontou em seu relatório.

Apesar da decisão do STF, que serve de jurisprudência para as demais esferas judiciais, casais homossexuais têm tido dificuldade em obter na Justiça a conversão, mesmo em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro. Vários juízes alegam, apesar da decisão do órgão superior, que não há legislação a respeito. Durante a votação do STF, o então presidente do Tribunal, ministro Cezar Peluso, cobrou do Congresso que "assumisse a tarefa que até agora não se sentiu propensa a fazer" e transformasse a conversão em lei.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/05/24/comissao-aprova-uniao-estavel-entre-homossexuais.htm

domingo, 20 de maio de 2012

Unesco: é dever do MEC criar política contra homofobia na escola

Segundo a Unesco, o bullying homofóbico é o mais frequente na escola e precisa ser combatido com práticas pedagógicas. Foto: Igor Mota/Futura Press

"É dever do Ministério da Educação, e também de outros órgãos do governo, providenciar estratégias para a redução do bullying homofóbico nas escolas. O professor, há anos, demonstra que não está preparado para lidar com a questão da diversidade sexual, e os materiais pedagógicos têm um importante papel para mudar esse quadro", afirmou ao defender o kit do programa Escola sem Homofobia, vetado pela presidente Dilma em maio do ano passado. O material seria distribuído a alunos de 6 mil escolas públicas do País, mas foi suspenso após pressão da bancada religiosa do Congresso Nacional.

"O kit que nós avaliamos do programa Escola sem Homofobia é muito bom porque trabalha a questão de forma adequada, com respeito. O mais interessante no material é que envolvia a formação de professores, que hoje infelizmente ainda não sabem lidar com a homofobia", disse. Sobre o veto da presidente Dilma ao material, Ontero afirmou que questões políticas predominaram. "Não devemos mais entrar no mérito dessa discussão. Precisamos agora propor novas iniciativas, com embasamento científico que comprovem a importância das ações".

Segundo ela, enquanto países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra já desenvolveram diversos estudos sobre os impactos da homofobia no aprendizado, isso ainda é pouco incentivado no Brasil. "Toda política pública tem favoráveis e contrários, mas quando ela está ancorada em uma base científica evita que seja questionada. No caso do kit, o veto ocorreu por motivos políticos, não se discutiram dados, não se levou em conta que a homofobia é um problema presente em todas as escolas e que a gente precisa enfrentar", disse.

Ontero ainda criticou a influência da religião na discussão sobre a política educacional no Brasil. "A questão religiosa também tem um peso grande na contrariedade a esse trabalho de combate à homofobia. Acreditamos que todas as crenças devem ser respeitadas, mas as instituições de ensino não podem refletir as questões religiosas, vivemos em país laico, que deve respeitar a diversidade".

Impactos do bullying homofóbico 

A Unesco lançou nesta quarta-feira, na França, um guia de orientação sobre a homofobia elaborado a partir de uma consulta pública envolvendo 25 países, realizada no Rio de Janeiro no final de 2011. Durante o evento, especialistas apresentaram os problemas e as práticas adotadas em suas nações para o enfrentamento do bullying. "Os resultados dessa pesquisa foram reunidos e estão sendo divulgados pela Unesco, primeiramente em inglês e francês. Até o final de maio, isso será traduzido para o português", afirmou Rebeca Ontero.

Segundo ela, a Unesco optou por trabalhar com o bullying homofóbico por ser a prática que mais danos causa à formação de crianças e adolescentes. "Os pais e professores pensam que o bullying é algo natural dessa fase. Silenciam quando os problemas aparecem porque são despreparados para lidar com isso. Mas, na maioria das vezes, o impacto psicológico para os estudantes é inevitável", disse.

Ontero explicou ainda que a homofobia tem relação direta no aprendizado, já que a maioria das vítimas acaba abandonando a escola. "Eles acabam se dedicando menos ao estudo, faltam às aulas. Às vezes as agressões levam à depressão e até ao suicídio", afirmou ao destacar que muitos acabam se afastando do convívio social e se tornando mais vulneráveis às drogas. "O problema existe e precisamos ter coragem para enfrentá-lo", completou a representante da Unesco ao citar dados que apontam que 40% dos gays no Brasil afirmam já terem sofrido agressão física na escola.

FONTE: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0%2c%2cOI5768493-EI8266%2c00-Unesco+e+dever+do+MEC+criar+politica+contra+homofobia+na+escola.html

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Comitê pede autorização do FDA para teste de Aids em farmácias em Washington

Atualidades sobre o teste de HIV


Um comitê formado por especialistas pediu dia 15/05/12 à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) que aprove um teste de Aids disponível em farmácias, o que permitiria às pessoas realizar o teste em casa para determinar se têm a doença.

O Comitê Assessor de Produtos do Sangue decidiu de forma unânime, por 17 votos a zero, que o teste para o uso em casa do OraQuik era seguro e eficaz e que os benefícios eram maiores que os possíveis riscos de uso.

A FDA não tem obrigação de seguir os conselhos do comitê assessor, mas frequentemente o faz.

O teste, fabricado pela empresa OraSure, foi aprovado em 2004 para que fosse utilizado pelos profissionais sanitários.

O teste funciona com uma amostra da região externa da gengiva e usa fluidos orais, que não é o mesmo que saliva, para rastrear o HIV.

Os resultados podem ser obtidos em 20 minutos, mas devem ser confirmados por um teste sanguíneo, considerado mais exato.

Segundo os membros do comitê, o teste deverá ter um papel importante para diminuir a propagação do HIV.

FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2012/05/16/comite-pede-autorizacao-do-fda-para-teste-de-aids-em-farmacias.htm

terça-feira, 8 de maio de 2012

Casamento Civil Igualitário



“Casamento civil” quer dizer que serão os mesmos direitos com os mesmos nomes, porque a nossa Constituição Federal diz que todas as pessoas são iguais perante a lei e não devem sofrer discriminação. Esses princípios, além de fazerem parte do nosso texto constitucional, são lei para todos os países que assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, no artigo 1º, estabelece: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. O princípio da igualdade e o direito a não sofrer discriminação são reconhecidos em todos os tratados internacionais de direitos humanos.

A proibição do casamento aos homossexuais não só desrespeita esses princípios, priva-nos a gays e lésbicas de uma longa lista de benefícios sociais e nos exclui de uma celebração que tem efeitos ordenadores em nossa cultura, como também persegue uma forma de igualação autoritária que nos oprime, já que parte do pressuposto de que todas as pessoas deveriam ser heterossexuais — como se isso fosse possível.

Estamos falando de uma forma de discriminação do mesmo tipo que a exclusão das mulheres do direito ao voto, a proibição do casamento inter-racial, a segregação de brancos e negros, a perseguição contra os judeus e outras formas de discriminação e violência que, mais tarde ou mais cedo, emergiram à superfície e ficaram em evidência como tais. Da mesma maneira que hoje não há mais “voto feminino”, mas apenas voto, nem há mais “casamento inter-racial”, mas apenas casamento, chegará o dia em que não haja mais “casamento homossexual”, porque a distinção resulte tão irrelevante como resultam hoje as anteriores e o preconceito que explicava a oposição semântica tenha sido superado.

A nossa luta pelo casamento, portanto, é também pelo reconhecimento social e político da dignidade e da condição humana das pessoas homossexuais. É uma luta cultural e simbólica. Nos países onde o Estado reconheceu o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, as novas gerações crescem e se educam sabendo que gays e lésbicas não são melhores ou piores do que os heterossexuais, mas apenas diferentes e que nossas famílias valem o mesmo que as famílias de origem heterossexual e merecem o mesmo respeito e reconhecimento. A lei também serve para educar.

O projeto de emenda constitucional que estou impulsionando na Câmara dos Deputados levará ao parlamento brasileiro o grito de milhões de seres humanos que querem ser respeitados, livres e iguais perante a lei, não somente no papel como também na prática. Mas nós queremos ser iguais de verdade. Por isso, não queremos “união civil”, mas casamento, porque não existe a quase-igualdade, mas somente a igualdade e a desigualdade. Algum político democrático defenderia que quando um negro se casa, seu casamento fosse chamado pela lei com outro nome, por exemplo, “união civil de negros”? A “união civil”, como instituição alternativa ao casamento, destinada aos casais do mesmo sexo, seria uma sorte de gueto. Meu projeto, como os que já foram aprovados em outros países, defende que o casamento deve ser o mesmo para todos, deve ter os mesmos requisitos e efeitos, deve garantir os mesmos direitos e obrigações e deve levar o mesmo nome.

Acredito, ademais, que esta proposta seja a resposta mais adequada do poder legislativo à sentença do nosso Supremo Tribunal Federal, que recentemente decidiu que os casais do mesmo sexo constituem família, podem formar uma união estável e devem ter reconhecidos todos os direitos que a Constituição Federal garante às uniões estáveis. Sabemos que um desses direitos, conforme o art. 226 § 2, é o casamento civil, como já foi esclarecido em vários processos por juízes de diferentes estados. O legislativo não pode continuar se omitindo!

Sou o primeiro deputado gay fora do armário da história do meu país. É um grande orgulho, mas também uma enorme responsabilidade, que assumo com alegria e convicção. Vou trabalhar para que o nosso país seja o próximo a conquistar o casamento igualitário e reconhecer a cidadania a gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Esse é o meu compromisso pessoal com todos os brasileiros e as brasileiras.

FONTE: http://casamentociviligualitario.com.br/casamento-igualitario/

Os mitos da criação de filhos por casais homossexuais



O gays lutaram e conquistaram direitos iguais no casamento. O próximo passo é pensar em família e filhos. Mas o que acontece com crianças que são criadas por gays? A resposta: algumas coisas - mas nenhuma daquelas que você imaginava...



Começo de ano é sempre igual na escola de Theodora: cada aluno se apresenta e mostra as fotos da família. Pode ser que a menina da primeira carteira seja filha de um engenheiro e uma arquiteta e o pai do menino de cabelos vermelhos chefie a cozinha de um restaurante. Theodora, naturalmente, vai contar sobre a escola de cabeleireiros dos pais. Dos dois pais - Vasco Pedro da Gama e Júnior de Carvalho, juntos há quase 20 anos. Theodora não hesita em explicar para os colegas: não mora com a mãe e tem dois pais gays. Ela passou 4 anos num orfanato, até 2006, quando uma juíza de Catanduva, interior de São Paulo, autorizou a adoção. Nos próximos meses, a família vai crescer: o casal espera a guarda de uma nova menina, de apenas alguns meses de idade.

Na outra metade do mundo, a história com pais gays da americana Dawn Stefanowicz foi diferente. Por toda a vida, Dawn conviveu com a visita dos vários namorados do pai. Ele recebia homens em casa, embora ainda morasse com a mãe de Dawn- o casal já não se relacionava. Ela segurou as pontas em silêncio durante a infância, adolescência e início da fase adulta. Mas depois dos 30 se rebelou contra a situação. "A decisão do meu pai de não gostar mais de mulheres mudou minha vida. Os namorados dele sempre o afastaram, e ele colocava o trabalho e os namorados acima de mim", diz.

Dawn e Theodora fazem parte de um novo tipo de família. Somente nos EUA, segundo estimativa da Escola de Direito da Universidade da Califórnia, 1 milhão de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais criam atualmente cerca de 2 milhões de crianças. E cada vez mais casais gays optam por criar seus próprios filhos. Segundo o mesmo instituto, em 2009, 21.740 casais homossexuais adotaram crianças - quase o triplo do número de 2000. A estimativa é que cerca de 14 milhões de crianças, em todo o mundo, convivam com um dos pais gays. Por aqui, onde mais de 60 mil casais gays vivem numa união estável (reconhecida perante a lei apenas no ano passado), a história é mais recente. O caso de Theodora foi a primeira adoção por um casal gay. E isso não faz tanto tempo assim - só 6 anos.

É justamente por ser tão recente que o assunto gera dúvidas, preconceitos e medos. Quais as consequências na personalidade de uma criança se ela for criada por gays? A resposta dos estudos é bem clara: perto de zero. "As pesquisas mostram que a orientação sexual dos pais parece ter muito pouco a ver com com o desenvolvimento da criança ou com as habilidades de ser pai. Filhos de mães lésbicas ou pais gays se desenvolvem da mesma maneira que crianças de pais heterossexuais", explica Charlotte Patterson, professora de psiquiatria da Universidade da Virginia e uma das principais pesquisadoras sobre o tema há mais de 20 anos.

Como, então, explicar as queixas de Dawn e a vida tranquila de Theodora? "O desenvolvimento da criança não depende do tipo de família, mas do vínculo que esses pais e mães vão estabelecer entre eles e a criança. Afeto, carinho, regras: essas coisas são mais importantes para uma criança crescer saudável do que a orientação sexual dos pais", diz Mariana Farias, psicóloga e autora do livro Adoção por Homossexuais - A Família Homoparental Sob o Olhar da Psicologia Jurídica. Enquanto Theodora mantém uma relação próxima dos pais, com conversas abertas sobre sexualidade, Dawn não teve a mesma sorte. Para piorar, ela cresceu em um ambiente ríspido e promíscuo (o pai levava diferentes homens para casa e não lhe deu atenção durante os anos mais importantes de sua formação). Mesmo assim, sobram mitos em torno da criação de filhos por pais e mães gays. Veja aqui o que a ciência tem a dizer sobre eles.

Mito 1. "Os filhos serão gays!"

A lógica parece simples. Pais e mães gays só poderão ter filhos gays, afinal, eles vão crescer em um ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente. (Se fosse assim, seria difícil, por exemplo, explicar como filhos gays podem nascer de casais héteros.) Um estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães lésbicas com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos quanto à identificação como gays. Mas isso não quer dizer que não existam algumas diferenças. As famílias homoparentais vivem num ambiente mais aberto à diversidade - e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho queira sair do armário ou ter experiências homossexuais. "Se você cresce com dois pais do mesmo sexo e vê amor e carinho entre eles, você não vê nada de estranho nisso", conta Arlene Lev, professora da Universidade de Albany. Mas a influência para por aí. O National Longitudinal Lesbian Family Study é uma pesquisa que analisou 84 famílias com duas mães e as comparou a um grupo semelhante de héteros. Ainda entre as meninas de famílias gays, 15,4% já experimentaram sexo com outras garotas, contra 5% das outras. Já entre meninos, houve uma tendência contrária: 5,6% nos adolescentes criados por mães lésbicas tiveram experiências sexuais com parceiros do mesmo sexo - mas menos do que os que cresceram em famílias de héteros, que chegaram a 6,6%. Ou seja, não dá para afirmar que a orientação sexual dos pais tenha o poder de definir a dos filhos.


Mito 2. "Eles precisam da figura de um pai e de uma mãe"

Filhos de gays não são os únicos que crescem sem um dos pais. Durante a 2ª Guerra Mundial, estima-se que 183 mil crianças americanas perderam os pais. No Brasil, 17,4% das famílias são formadas por mulheres solteiras com filhos. Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais. "É importante que a criança tenha contato com os dois sexos. Mas pode ser alguém significativo à criança, como uma avó. Ela vai escolher essa referência, mesmo que inconsciente-mente", explica Mariana Farias. Se há uma diferença, ela é positiva. "Crianças criadas por gays são menos influenciadas por brincadeiras estereotipadas como masculinas ou femininas", diz Arlene Lev. Uma pesquisa feita com 56 crianças de gays e 48 filhos de héteros apontou a maior probabilidade de meninas brincarem com armas ou caminhões. Brincam sem as amarras dos estereótipos e dos preconceitos.

Mito 3. "As crianças terão problemas psicológicos por causa do preconceito!"

Elas sofrerão preconceito. Mas não serão as únicas. No ambiente infantil, qualquer diferença - peso, altura, cor da pele - pode virar alvo de piadas. Não é certo, mas é comum. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com quase 19 mil pessoas mostrou que 99,3% dos estudantes brasileiros têm algum tipo de preconceito. Entre as ações de bullying, a maioria atinge alunos negros e pobres. Em seguida vêm os preconceitos contra homossexuais. No caso dos filhos de casais gays analisados pelo National Longitudinal Lesbian Family Study, quase metade relatou discriminação por causa da sexualidade das mães. Por vezes, foram excluídos de atividades ou ridicularizados. Vinte e oito por cento dos relatos envolviam colegas de classe, 22% incluíam professores e outros 21% vinham dos próprios familiares. Felizmente, isso não é sentença para uma vida infeliz. Pesquisas que comparam filhos de gays com filhos de héteros mostram que os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida e com as perspectivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão entre pessoas criadas por gays e por héteros não é diferente.

Mito 4. "Essas crianças correm risco de sofrer abusos sexuais!"

Esse mito é resquício da época em que a homossexualidade era considerada um distúrbio. Desde o século 19 até o início da década de 1970, os gays eram vistos como pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. É pouquíssimo tempo para a história. O estigma de perversão, sustentado também por líderes religiosos, mantém a crença sobre o "perigo" que as crianças correm quando criadas por gays. Até hoje, as pesquisas ainda não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais. Nenhum dos adolescentes do National Longitudinal Lesbian Family Study reportou abuso sexual ou físico. Outra pesquisa, realizada por três pediatras americanas, avaliou o caso de 269 crianças abusadas sexualmente. Apenas dois agressores eram homossexuais. A Associação de Psiquiatria Americana ainda esclarece: "Homens homossexuais não tendem a abusar mais sexualmente de crianças do que homens heterossexuais".

Dá para adotar no Brasil?

A lei de adoção brasileira deixa brechas para a adoção por gays sem fazer referência direta a esse tipo de família. Em 2009, quando houve mudanças na legislação, casais com união estável comprovada puderam entrar com pedido de adoção conjunta, sem o casamento civil. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu o reconhecimento de união estável entre pessoas do mesmo sexo, fazendo valer também a eles os direitos previstos para casais héteros. Apesar das conquistas, uma pesquisa do Ibope revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável e a adoção de crianças por casais homossexuais.

FONTE: http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ORIENTAÇÕES SOBRE IDENTIDADE DE GÊNERO: CONCEITOS E TERMOS


Guia técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgêneros, 
para formadores de opinião.

LEIA O GUIA COMPLETO AQUI.

Cada um(a) de nós é uma pessoa única, que porém tem características comuns a toda a humanidade. Elas nos identificam com alguns e nos tornam diferentes de outros, como a região em que nascemos e crescemos, nossa raça, classe social, se temos ou não uma religião, idade, nossas habilidades físicas, entre outras que marcam a diversidade humana. Dentre essas dimensões, este guia se foca na do gênero.
Relembre da sua formação pessoal: desde criança você foi ensinado(a) a agir e a ter uma determinada aparência, de acordo com o seu sexo biológico. Se havia ultrassonografia, esse sexo foi determinado antes de você nascer. Se não, foi no seu parto.
Crescemos sendo ensinados que “homens são assim e mulheres são assado”, porque “é da sua natureza”, e costumamos realmente observar isso na sociedade.
Entretanto, o fato é que a grande diferença que percebemos entre homens e mulheres é construída socialmente, desde o nascimento, quando meninos e meninas são ensinados a agir de acordo como são identificadas, a ter um papel de gênero “adequado”.
Como as influências sociais não são totalmente visíveis, parece para nós que as diferenças entre homens e mulheres são naturais, totalmente biológicas, quando, na verdade, parte delas é influenciada pelo convívio social.
Além disso, a sociedade em que vivemos dissemina a crença de que os órgãos genitais definem se uma pessoa é homem ou mulher. Porém, essa construção do sexo não é um fato biológico, é social.
Para a ciência biológica, o que determina o sexo de uma pessoa é o tamanho das suas células reprodutivas (pequenas: espermatozóides, logo, macho; grandes: óvulos, logo, fêmea), e só. Biologicamente, isso não define o comportamento masculino ou feminino das pessoas: o que faz isso é a cultura, a qual define alguém como masculino ou feminino, e isso muda de acordo com a cultura de que falamos.
Mulheres de países nórdicos têm características que, para nossa cultura, são tidas como masculinas. Ser masculino no Brasil é diferente do que é ser masculino no Japão ou mesmo na Argentina. Há culturas para as quais não é o órgão genital que define o sexo. Ser masculino ou feminino, homem ou mulher, é uma questão de gênero. Logo, o conceito básico para entendermos homens e mulheres é o de gênero.
Sexo é biológico, gênero é social. E o gênero vai além do sexo: O que importa, na definição do que é ser homem ou mulher, não são os cromossomos ou a conformação genital, mas a auto-percepção e a forma  como a pessoa se expressa socialmente.
Se adotamos ou não determinados modelos e papéis de gênero, isso pode independer de nossos órgãos genitais, dos cromossomos ou de alguns níveis hormonais.
Todos e todas nós vivenciamos, em diferentes situações e momentos da vida, inversões temporárias de papéis determinados para o gênero de cada um: somos mais ou menos masculinos, nós nos fantasiamos, interpretamos, etc.
Pesquise exemplos, na História, de que tais limites não são fixos e pré-determinados, representados por pessoas como Maria Quitéria, heroína da Guerra da Independência, que se vestiu de homem para poder lutar contra o domínio português.
Para algumas pessoas, a vivência de um gênero discordante do sexo é uma questão de identidade, é o caso das pessoas conhecidas como travestis, e das transexuais, que são tratadas, coletivamente, como parte do grupo chamado de “transgênero”.

FONTE:http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989

domingo, 15 de abril de 2012

Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade

Marina Reidel é transexual e dá aulas em uma escola pública de Porto Alegre (Foto: Arquivo pessoal)

Marina Reidel foi vítima de homofobia antes de passar por 'transformação'. 

Ela aprova kit do MEC e diz que ganhou o respeito de pais e estudantes.


Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.

De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.

No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.

“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”

Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”

Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.

Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”

Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”

FONTE: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/05/professora-transexual-diz-que-alunos-sabem-lidar-com-diversidade.html

1ª travesti doutoranda do país

Luma Andrade (Foto: Luma Andrade/Arquivo Pessoal)

'Busquei no estudo uma vida melhor', diz 1ª travesti doutoranda do país
Natural do interior do Ceará, professora vai defender tese em julho.
Luma ganhou direito de alterar o nome João nos documentos em 2010.


Mesmo na infância em Morada Nova, a 163 km de Fortaleza, a discriminação não foi barreira para a cearense Luma Nogueira de Andrade, que nasceu com o nome de João. Filha de agricultores analfabetos, ela resolveu abrir caminhos e enfrentar a pobreza e o preconceito com o conhecimento. Aos 35 anos, Luma será em julho a primeira travesti a apresentar uma tese de doutorado no Brasil. “Canalizei toda a energia para os estudos e, assim, fui conquistando respeito de todos. Busquei no estudo uma alternativa de vida melhor”, diz.

A doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) estuda a realidade de travestis nas escolas. Nas páginas da tese, ao relatar casos de estudantes que vivem situações de aceitação ou total repressão, Luma faz um paralelo com a própria história.

A cearense conta que, nas primeiras séries escolares em Morada Nova, chegou a ser agredida por outros alunos por “ser diferente e sempre preferir brincar com as meninas”. “Uma vez, quando cheguei na sala de aula chorando, ouvi da professora: 'Bem feito. Quem mandou você ser assim?' ”, recorda. O menino João não se sentia bem para ir ao banheiro masculino e não podia frequentar o feminino. “Sentia dores abdominais porque preferia não ir ao banheiro. Muitas vezes, saia correndo para casa quando terminava a aula para urinar”, conta.

Superação
Em vez de desistir de assumir quem era ou se rebelar, Luma repetia para si mesma: “Eu vou superar isso”. E, assim, foi vencendo o preconceito dos alunos e professores, sendo sempre o destaque da turma. “A estratégia era eu ser a melhor aluna. Eu fazia um acordo, eu ajudava, dava aulas particulares e eles me aceitavam”, diz. Aos 18 anos, quando passou no vestibular na primeira tentativa para o curso de Ciências da Universidade Estadual do Ceará (Ceará), no campus de Limoeiro do Norte, os olhares de reprovação por se vestir com roupas femininas e estar maquiada não diminuíram. “Eu me enganei. Na faculdade, eu sofri tanto quanto na educação básica”.

De cabelos compridos, mas ainda assinando como João, Luma voltou para a sala de aula. Dessa vez, como professora de Ciências da Natureza. “No primeiro dia, os diretores da escola ficaram atrás da porta para observar como eu dava aula”, lembra. Ao contrário do que pensavam, a professora era uma das mais queridas e reconhecidas pelo ensino. “Por entender as dificuldades de ser diferente, eu me identificava muito e me aproximava dos alunos. Muitos deles, de alguma forma, se viam diferentes”, conta.

Em 1998, Luma Andrade passou para concurso de professor efetivo da rede municipal de Morada Nova e também começou a ensinar em escolas estaduais e particulares. Quando passou no Mestrado em Desenvolvimento do Meio Ambiente em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apesar de ser vista por colegas de trabalho com “mau exemplo”, não abriu mão de continuar a ensinar e pediu transferência para uma escola de Aracati, município mais próximo de onde estudava.

Com o título de mestre, em 2003, ela prestou concurso para a rede estadual de ensino de Aracati e, de quatro vagas, foi a primeira e única aprovada. Na hora de ser lotada, os diretores disseram que não havia vagas e Luma teve de pedir a intervenção da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) para assumir o cargo. Em Aracati, Luma passou a dar palestras e aulas de cursinho pré-vestibular e desenvolveu, em 2005, o projeto “Intimamente Mulher” que incentivava alunas e professoras a fazer exames de prevenção. A iniciativa ganhou o primeiro lugar no Estado e Luma recebeu o prêmio no Ministério da Educação.

Mesmo com reconhecimentos e títulos, a educadora continuava encontrando discriminação. Ao colocar próteses de silicone nos seios, a travesti conta que foi enviada uma denúncia à Secretaria de Educação. “Eles diziam que estava mostrando os seios para os alunos, mas provei que não era verdade. Ia até com uma bata para não chamar atenção”. Em 2007, passou em uma seleção e mudou-se para Russas para ser supervisora de 26 escolas estaduais em 13 municípios do Ceará. No cargo, a travesti pode acompanhar e ajudar mais de perto as histórias de outras “Lumas” agredidas na escola ou em casa. “Eu via nelas eu mesma. Toda a dificuldade que passei”.

Mudança de nome
Aos 33 anos, Luma ainda tinha nos documentos o nome de João Filho Nogueira de Andrade. No dia da mulher de 2010, ganhou o presente de ser a primeira travesti a ter o direito de mudar os documentos sem a operação de mudança de sexo no Ceará. As histórias de vitórias e de superações que já chamaram atenção de cineasta e políticos não vão parar. Luma não se cansa de seguir e abrir os caminhos em defesa da diversidade humana. “Quero combater todo o preconceito. Cada passo que eu dou, cada degrau que eu subo, sei que estou contribuindo para mudar pessoas e não posso deixar de buscar novos espaços. A própria travesti pensa que não existe outro caminho sem ser a prostituição”, afirma.

FONTE:  http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/04/busquei-no-estudo-uma-vida-melhor-diz-1-travesti-doutoranda-do-pais.html

Professores e preconceito contra gays



Em nossas pesquisas realizadas dentro do GECOPROS, em específico a pesquisa intitulada: A Representação Social da Sexualidade no cotidiano escolar a partir das narrativas de professoras da Creche ao Ensino Fundamental I (2011) - sinalizou para o preconceito dos professores(as) em relação homossexualidade na escola, nessa pesquisa em específico na creche, educação infantil e séries iniciais.

A Pesquisa recente da ONG Reprolatina (2012) reafirma também os dados apresentados pela Unesco em 2004 - O perfil dos professores brasileiros: O que Fazem, o que pensam, o que almejam.

Em ambos os documentos reafirmam o preconceito dos(as) professores(as) em relação aos homossexuais. Para refletir precisamos nos indagar qual é a função do professor(a) é essa? Não seria de acolher a diversidade?

Profª Ma. Maria José Dias de Freitas
E-mail: mjddfreitas@yahoo.com.br

sábado, 7 de abril de 2012

Tamanho de pênis


A medida do pênis precisa ser feita da base até a glande, quando o pênis estiver ereto.

- Um pênis flácido mede, em média, de 5 a 10 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro.
- O tamanho de um pênis considerado na média varia de 12 a 17 cm e o diâmetro alcança 3 cm.
- A média mundial do tamanho de pênis é de 13,7 cm.
- Um pênis é considerado grande quando maior que 17 cm ereto.
- Considera-se micropênis quando a medida for menor que 7,5 cm ereto ou que 4 cm flácido.
- O pênis cresce até aproximadamente os 18 anos. O tamanho também é determinado geneticamente.
- Um pênis ereto pesa cerca de 150 gramas, praticamente o dobro se comparado enquanto ele estiver flácido.
- Cada homem tem um pênis de um tamanho diferente. A realidade é que não há um tamanho certo ou errado.


Dicas para quem anda preocupado com o tamanho do pênis:


- Converse com sua parceira ou seu parceiro sobre o assunto.
- Cuida de si mesmo, fazer exercícios físicos elevam a segurança e auto-estima, além de proporcionar maior resistência e força.
- Apare o cabelo em volta do pênis. O excesso de pêlos fazem com que o pênis pareça menor.
- Se houver muitas dúvidas, converse com um especialista, como o urologista.


Fonte: Terra. O Guia dos Curiosos - Sexo, Autor: Marcelo Duarte, Editora: Cia. Das Letras.

bancodesaude.com.br/sexo-relacionamento/tamanho-penis

Campanha do Ministério da Saúde contra DST

Artigo: Proibir aborto não reduz prática


Um levantamento feito pelo Instituto Guttmacher, dos Estados Unidos, mostrou que leis severas contra o aborto não reduzem a prática. Pelo contrário: as taxas mais altas de aborto foram constatadas justamente em regiões com legislação restritiva. Na América Latina, que tem relativamente o maior número de abortos do mundo, a maioria dos países proíbe a prática. Em 2008, 32 em cada mil mulheres latinas (de 15 a 44 anos) fizeram aborto. Na África a taxa foi de 29 a cada mil mulheres e na Europa Ocidental – que tem a legislação mais permissiva – o índice foi de 12 em cada mil.


Por outro lado, a quantidade de abortos caiu. Em 2008, cerca de 28 mulheres em cada mil interromperam a gravidez, em comparação a 35 a cada mil em 1995. Mas a proporção de abortos feitos em condições que apresentam riscos às mulheres cresceu de 44% para 49% entre 1995 e 2008. Na África, a taxa de abortos de alto risco para a vida da mulher chega a 97%, seguido pela América Latina (95%), Ásia (40%), Oceania (15%), Europa (9%) e América do Norte (menos que 0,5%).



Leia o artigo AQUI.

Pesquisa revela dados sobre parto e nascimento no Brasil


Resultados preliminares do projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento revelam que apenas 45% das mulheres que dão à luz no país planejam de fato a gravidez. De acordo com a coordenadora do estudo e pesquisadora do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da ENSP, Maria do Carmo Leal, "esse número aponta para uma situação preocupante, pois mostra que uma expressiva parte da nossa população não esta planejando sua reprodução. Ela vem acontecendo por acidente, e o Ministério da Saúde precisa ficar alerta e trabalhar melhor a questão da contracepção". O projeto de âmbito nacional, que teve início em fevereiro de 2010, tem como principal objetivo conhecer as complicações maternas e as dos recém-nascidos, de acordo com o tipo de parto no país. Para isso, já entrevistou 92% da amostra, revelando também que 53% dos partos no Brasil são cesáreos, com prevalência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. 

Com 22 mil mulheres entrevistadas das 24 mil mulheres que representam 100% da amostra , o projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento esteve representado em 191 municípios e 266 diferentes estabelecimentos de saúde. Foram entrevistadas 90 mulheres em cada instituição de saúde nas categorias pública, privada e mista (que atende pelo SUS e particularmente). Participaram da pesquisa aquelas que realizaram mais de 500 partos por ano. Todos os Estados brasileiros foram contemplados na amostra.

Na pesquisa, as mães foram perguntadas sobre tentativa de interrupção na gravidez; assistência pré-natal; local no qual realizaram o pré-natal; como o parto foi pago; como chegaram à maternidade; por quantas maternidades tiveram de passar até a maternidade onde, de fato, o parto foi realizado; se tiveram acompanhante no parto; se ficaram satisfeitas por terem direito à acompanhante; e qual foi o tipo de parto. De acordo com a coordenadora da pesquisa, apenas 45% das mulheres no Brasil planejam a gravidez, sendo 49% delas na região Sul e 40% na região Norte, sem diferenças entre capital e interior. Quando perguntadas sobre tentativas de interrupção na gravidez, 2,3% das mulheres responderam que tentaram a amostra se baseia nas mulheres que tentaram, mas não obtiveram sucesso sendo 3,7% delas na região Norte, 3,5% na região Nordeste e 1,5% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Outro ponto levado em consideração na pesquisa foi em relação à assistência pré-natal. Os resultados da pesquisa apontam que apenas 1,2% das mulheres em todo o país não realizam assistência pré-natal, 2,2% delas na região Norte e 0,6% na região Sul, sem diferenças entre capital e interior. Quando perguntadas sobre em que tipo de serviço de saúde realizaram o pré-natal, 86% das mulheres responderam que o fizeram no sistema público sendo 43% delas somente no SUS, e 43% delas no sistema misto e 14% no sistema privado, sendo essa proporção bem mais elevada no Sudeste, com 22%, enquanto no Norte e Nordeste 5% e 6% respectivamente. Com relação a como o parto foi pago, 83,6% foram pagos pelo Sistema Único de Saúde, e 16,4% pelos Planos de Saúde. 

Mulheres são questionadas sobre como chegaram a maternidade e sobre acompanhantes no momento do parto

A forma como as mulheres chegam à maternidade também foi levada em consideração pela pesquisa: 18,5% das mulheres chegam de ambulância, sendo 12,3% da região Sudeste, 10,5% da região Sul, 32% da região Norte e 22% da região Nordeste; 74,1% das gestantes chegam à maternidade de carro ou táxi, sendo 80% na região Sudeste, 84% na Sul, 81% na Centro-Oeste e 69% na região Nordeste. Segundo Maria do Carmo Leal, há diferenças entre capital e interior, e esse cenário de maior assistência de ambulância nas regiões Norte e Nordeste é consequência de investimentos recentes do Ministério da Saúde naquelas regiões. Quase 80% das mulheres chegam à maternidade de carro e táxi e 14% de ambulância na capital. Já no interior, 73% chegam de carro e táxi e 21% de ambulância. No âmbito da quantidade de hospitais que precisam percorrer, 85% conseguem atendimento no primeiro hospital, 11% delas no segundo e cerca de 4% delas somente no terceiro hospital. Na região Sul, a taxa é diferente das demais regiões e a melhor de todas 92% das mulheres conseguem atendimento no primeiro hospital, sendo 79% para capital e 91% no interior.

As mulheres também foram questionadas sobre ter acompanhante no parto, 75,4% delas tiveram acompanhante, 81% no Sul, 76% no Norte, 78% no Sudeste, 71% no Nordeste e 65% no Centro-Oeste, com diferença entre capital e interior, 81% e 72% respectivamente. Com relação ao tipo de serviço, no público 72% das mulheres tiveram acompanhantes, e no privado 95%. Quando perguntadas sobre a satisfação de poder ter um acompanhante, 85,3% das mulheres responderam que ficaram muito satisfeitas. A pesquisa avaliou principalmente o tipo de parto no Brasil. Segundo resultados preliminares do projeto, atualmente, no país, 47% dos partos são vaginais (parto normal), 53% são cesáreos, e 0,7% utilizam fórceps. Nas regiões do país, os números de partos cesáreos são altos, 59% na região Centro-Oeste, 57% na Sudeste, 55% na região Sul e 47% nas regiões Norte e Nordeste. De acordo com Maria do Carmo, há diferenças entre capital e interior, pois são realizados 56% de partos cesáreos na capital e 51% no interior, e a divisão no serviço de saúde também é significativa, 46% no serviço público e 89% no privado. 

Esses números apontam que o Ministério da Saúde precisa reformular e formular políticas públicas voltadas para essa área. No caso das mulheres que foram perguntadas sobre o planejamento da gravidez, os números apontam claramente que a nossa população não está planejando sua reprodução, ela está acontecendo por acidente, e o Ministério da Saúde precisa trabalhar melhor a questão da contracepção, destacou a coordenadora da pesquisa. De acordo com Maria do Carmo Leal, o projeto pretende ainda não só estimar o número de partos cesáreos em instituições públicas e privadas, mas também a motivação para a opção pelo tipo de parto e descrever as complicações imediatas causadas por essas escolhas nos recém-nascidos e nas mulheres. 

O projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento foi demandado pelo Ministério da Saúde ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que abriu edital público para sua realização. Um grupo de pesquisa, coordenado pela pesquisadora Maria do Carmo Leal e composto com diversas instituições universitárias, Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ,foi o contemplado. Além disso, o projeto recebeu suporte do Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova-ENSP), organizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que contemplou a coordenadora do estudo pela terceira vez no edital Cientista do nosso Estado.

terça-feira, 13 de março de 2012

Violência e Escola


Possivelmente uma das características mais marcantes da atualidade seja a violência que alcança todos os ambientes, está presente em toda a sociedade e marca as relações entre as pessoas, as instituições e os países. A violência prejudica a saúde biopsicossocial das pessoas, afeta a saúde da sociedade e pode ter consequências trágicas. Na generalização da violência, a escola também foi profundamente envolvida. 
A relação entre a violência e a escola pode ser considerada sob diferentes prismas: o da violência que acontece na escola, aquela feita à escola e a violência da escola (Charlot, 2002). Em cada caso, múltiplos enfoques e ciências podem contribuir para se conhecer mais o problema e suas raízes, que podem estar na família, na escola e na sociedade. A violência pode se manifestar na forma de vários tipos de agressão, de incivilidade e de desrespeito, mas resulta de conceitos, preconceitos, práticas cotidianas, representações sociais inadequadas, problemas psicológicos e mesmo da própria ignorância. 
A violência na escola cresceu de tal forma que passou a ser, muitas vezes, cabeçalho de jornais, matéria de revistas de grande circulação, notícia com ampla exploração no noticiário radiofônico e televisivo. Nesses casos extremos, causa indignação, consternação e medo, mas pouco se faz de concreto em termos de estudar as variáveis que a geram e a controlam, no sentido de se rever o que se está sendo feito em termos de educação para sanar essa realidade, ou de se preparar educadores e pais para uma melhor formação do cidadão. 
Embora seja inegável o contexto da violência em que vivem crianças de rua, que inclusive envolve sexo, drogas, apanhar e até matar e morrer, neste trabalho só será enfocada a violência na escola e no seu entorno. Alguns aspectos são de tal natureza e intensidade que, mesmo que sejam de curta duração, suas consequências passam até mesmo a ser fonte para noticiários internacionais. É o caso de assassinatos em  massa nas escolas, depredações e roubos. Outros são mais sutis, mas sua constância e forma acabam marcando tanto o agressor como o agredido, geram outras formas de agressão e, ocasionalmente, podem explodir e até virar manchete de jornais. Em tais circunstâncias, não é de se estranhar que o medo se instale na escola. 
É importante lembrar que embora esteja presente em todos os níveis de escolaridade, a violência assume formas, tipos e níveis diferenciados em cada um deles. Nesse sentido, quando há violência, dois personagens são caracterizáveis: o agressor e o agredido (ou vítima). O primeiro é a fonte ou a origem da ação que atinge o segundo, mas por vezes estes trocam de posição. Em algumas ocasiões a troca de violência é de tal ordem que fica difícil identificar quem está sendo emissor ou receptor da ação agressiva.


FONTE: Witter, G. P. Ponto de vista: violência e escola.Temas em Psicologia - 2010, Vol. 18, nº1, 11 – 15

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dúvida Corpo Masculino

Tenho 16 ano e meu pênis mede 13cm ereto. Isto é normal?

O tamanho do pênis varia muito de homem para homem. O crescimento do pênis inicia-se com a puberdade e acontece até aproximadamente 18 anos. Alguns rapazes apresentam tal crescimento um pouco mais acelerado que outros, e alguns um pouco mais lento. Não há anormalidade alguma em apresentar um pênis ereto de 13 cm com 16 anos de idade.
Esperamos ter ajudado, Gecopros.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Liberdade religiosa x direitos reprodutivos nos EUA: a maioria se faz ouvir

A cúpula da Igreja Católica declarou guerra ao presidente dos Estados Unidos em função de uma norma elaborada na área da saúde. Barack Obama está sendo pressionado para reverter uma regulamentação de saúde que exige que as universidades e hospitais católicos, como todos os empregadores, forneçam anticoncepcionais às mulheres que tenham cobertura médica através de seus planos de saúde. O artigo é de AmyGoodman.

A cúpula da Igreja Católica lançou o equivalente a uma guerra santa contra o presidente Obama. O arcebispo Timothy Dolan fez um chamado aos membros da Igreja para que digam "a seus líderes eleitos que querem o restabelecimento do direito à liberdade religiosa e de consciência e que querem a anulação da normativa sobre a anticoncepção". Obama está sendo pressionado para reverter uma regulamentação de saúde que exige que as universidades e hospitais católicos, como todos os empregadores, forneçam anticoncepcionais às mulheres que tenham cobertura médica através de seus planos de saúde.

Bill Donohue, da Liga Católica, afirmou: “Vamos combater isto com processos, com decisões judiciais e, por que não, talvez também nas ruas”. Depois que a fundação Susan G. Komen Race for the Cure reverteu sua decisão de suspender o financiamento à organização de planejamento familiar Planned Parenthood após as críticas recebidas, o governo de Obama deveria ouvir a maioria dos estadunidenses: os Estados Unidos, inclusive os católicos, apóiam fortemente os direitos reprodutivos.

Rick Santorum captou a atenção dos meios de comunicação esta semana após sua vitória em três estados. Exatamente uma semana antes das eleições primárias, no dia 31 de janeiro, a Associated Press divulgou a noticia de que a fundação Susan G. Komen Race for the Cure, uma organização dedicada à prevenção do câncer de mama que conta com fundos de dois bilhões dólares anuais, havia adotado políticas tendentes a negar financiamento às clínicas que formam parte do programa Planned Parenthood para realizar pesquisas vinculadas ao câncer de mama, em particular a mulheres que carecem de seguro de saúde.

Uma das principais responsáveis da decisão foi a nova vice-presidenta da Komen, Karen Handel, cuja campanha como candidata a governadora da Geórgia em 2010 incluía em sua plataforma política a retirada do financiamento a Planned Parenthood. As reações não demoraram a chegar: foram amplas e implacáveis. No dia 3 de fevereiro a Komen reverteu sua decisão e no dia 7 de fevereiro Handel renunciou à Komen.

A isto se somou a noticia de que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos fez pública uma regulamentação que exige dos planos de seguro de saúde oferecidos pelos empregadores que forneçam métodos anticoncepcionais. Esta decisão intensificou ainda mais a polêmica. Para completar, no dia das eleições primárias, o Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos Estados Unidos revogou a controversa Proposição oito, que proibia os matrimônios entre pessoas do mesmo sexo no estado da Califórnia.

Para Santorum, que enfrenta Mitt Romney nas primárias, foi a “melhor de três”. Como católico conservador e pai de sete filhos, Santorum trava há longa data uma guerra cultural que se centra no casamento, o aborto e o sexo. Inclusive chegou a comparar em uma ocasião a homossexualidade com a selvageria.

Segundo o independente Guttmacher Institute, que estuda temas relacionados com a saúde reprodutiva em nível mundial, nos Estados Unidos “de todas as mulheres que mantiveram relações sexuais, 99% utilizou um método anticoncepcional alternativo ao planejamento familiar natural. Esta cifra permanece praticamente invariável no caso das mulheres católicas (98%)”. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Público de Pesquisa Religiosa, 58% dos católicos considera que os empregadores deveriam oferecer planos de assistência de saúde a seus empregados que incluam a cobertura de métodos anticoncepcionais.

Os ativistas católicos que reconhecem o amplo uso da anticoncepção entre seus fiéis apesar da proibição oficial sugerem que as mulheres podem aceder aos métodos preventivos “em qualquer outro lugar”. E se não podem pagar? Loretta Ross, coordenadora nacional do SisterSong, Coletivo pela Justiça Reprodutiva das Mulheres de Cor, me disse: “Esta norma realmente permite que as mulheres de baixa renda que dependem da assistência de saúde tenham aceso ao controle de natalidade, as mulheres negras, em particular. E também é preciso assinalar que a liberdade de religião também implica liberdade da religião e se alguém não quer usar métodos anticonceptivos, não está obrigado a comprar nem a usar. Mas não impeça o acesso a outras mulheres que querem utilizar e que não podem pagar por eles”.

Uma solução possível ao debate vem de um lugar inesperado. Michael Brendan Dougherty, comentarista católico, estava na igreja há duas semanas quando escutou o padre ler a carta do Arcebispo Dolan que incentiva os católicos a se oporem ao presidente. Dougherty, que apóia a oposição da igreja à regulamentação sobre anticoncepção, me disse que um sistema de saúde de pagador único resolveria o problema: “Resolveria este problema da consciência em particular, como aconteceu na Europa. Os arcebispos não gostam que o governo subvencione o aborto nem a anticoncepção, mas não estão completamente enfurecidos porque não lhes pedem que cooperem formalmente com coisas que consideram pecaminosas”.

Loretta Ross está de acordo com a implementação de um sistema de saúde de pagador único, mas também lançou uma advertência: “Não se metam em nossos dormitórios, saiam desta conversa com a que tentam simplesmente esconder sua guerra contra as mulheres, primeiro com toda esta retórica sobre a liberdade religiosa e o cuidado do embrião, mas não somente, já que agora o ataque contra a anticoncepção também sustenta que se está atacando o bebê que ainda não foi concebido... Não vamos ficar de braços cruzados. E como demonstrou a luta contra a Fundação Komen, somos uma força que tem suas armas. E vamos trabalhar para fortalecer a postura do Presidente Obama de apoiar o acesso aos métodos anticoncepcionais”.

(*) Denis Moynihan colaborou na produção jornalística desta coluna.
Tradução: Libório Junior
FONTE: http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19603