sábado, 28 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
ORIENTAÇÕES SOBRE IDENTIDADE DE GÊNERO: CONCEITOS E TERMOS
Guia técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgêneros,
para formadores de opinião.
LEIA O GUIA COMPLETO AQUI.
Cada um(a) de nós é uma pessoa única, que porém tem características comuns a toda a humanidade. Elas nos identificam com alguns e nos tornam diferentes de outros, como a região em que nascemos e crescemos, nossa raça, classe social, se temos ou não uma religião, idade, nossas habilidades físicas, entre outras que marcam a diversidade humana. Dentre essas dimensões, este guia se foca na do gênero.
Relembre da sua formação pessoal: desde criança você foi ensinado(a) a agir e a ter uma determinada aparência, de acordo com o seu sexo biológico. Se havia ultrassonografia, esse sexo foi determinado antes de você nascer. Se não, foi no seu parto.
Crescemos sendo ensinados que “homens são assim e mulheres são assado”, porque “é da sua natureza”, e costumamos realmente observar isso na sociedade.
Entretanto, o fato é que a grande diferença que percebemos entre homens e mulheres é construída socialmente, desde o nascimento, quando meninos e meninas são ensinados a agir de acordo como são identificadas, a ter um papel de gênero “adequado”.
Como as influências sociais não são totalmente visíveis, parece para nós que as diferenças entre homens e mulheres são naturais, totalmente biológicas, quando, na verdade, parte delas é influenciada pelo convívio social.
Além disso, a sociedade em que vivemos dissemina a crença de que os órgãos genitais definem se uma pessoa é homem ou mulher. Porém, essa construção do sexo não é um fato biológico, é social.
Para a ciência biológica, o que determina o sexo de uma pessoa é o tamanho das suas células reprodutivas (pequenas: espermatozóides, logo, macho; grandes: óvulos, logo, fêmea), e só. Biologicamente, isso não define o comportamento masculino ou feminino das pessoas: o que faz isso é a cultura, a qual define alguém como masculino ou feminino, e isso muda de acordo com a cultura de que falamos.
Mulheres de países nórdicos têm características que, para nossa cultura, são tidas como masculinas. Ser masculino no Brasil é diferente do que é ser masculino no Japão ou mesmo na Argentina. Há culturas para as quais não é o órgão genital que define o sexo. Ser masculino ou feminino, homem ou mulher, é uma questão de gênero. Logo, o conceito básico para entendermos homens e mulheres é o de gênero.
Sexo é biológico, gênero é social. E o gênero vai além do sexo: O que importa, na definição do que é ser homem ou mulher, não são os cromossomos ou a conformação genital, mas a auto-percepção e a forma como a pessoa se expressa socialmente.
Se adotamos ou não determinados modelos e papéis de gênero, isso pode independer de nossos órgãos genitais, dos cromossomos ou de alguns níveis hormonais.
Todos e todas nós vivenciamos, em diferentes situações e momentos da vida, inversões temporárias de papéis determinados para o gênero de cada um: somos mais ou menos masculinos, nós nos fantasiamos, interpretamos, etc.
Pesquise exemplos, na História, de que tais limites não são fixos e pré-determinados, representados por pessoas como Maria Quitéria, heroína da Guerra da Independência, que se vestiu de homem para poder lutar contra o domínio português.
Para algumas pessoas, a vivência de um gênero discordante do sexo é uma questão de identidade, é o caso das pessoas conhecidas como travestis, e das transexuais, que são tratadas, coletivamente, como parte do grupo chamado de “transgênero”.
FONTE:http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989
domingo, 15 de abril de 2012
Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade
Marina Reidel foi vítima de homofobia antes de passar por 'transformação'.
Ela aprova kit do MEC e diz que ganhou o respeito de pais e estudantes.
Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.
De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.
No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.
“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”
Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”
Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.
Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”
Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”
1ª travesti doutoranda do país
'Busquei no estudo uma vida melhor', diz 1ª travesti doutoranda do país
Natural do interior do Ceará, professora vai defender tese em julho.
Luma ganhou direito de alterar o nome João nos documentos em 2010.
Mesmo na infância em Morada Nova, a 163 km de Fortaleza, a discriminação não foi barreira para a cearense Luma Nogueira de Andrade, que nasceu com o nome de João. Filha de agricultores analfabetos, ela resolveu abrir caminhos e enfrentar a pobreza e o preconceito com o conhecimento. Aos 35 anos, Luma será em julho a primeira travesti a apresentar uma tese de doutorado no Brasil. “Canalizei toda a energia para os estudos e, assim, fui conquistando respeito de todos. Busquei no estudo uma alternativa de vida melhor”, diz.
A doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) estuda a realidade de travestis nas escolas. Nas páginas da tese, ao relatar casos de estudantes que vivem situações de aceitação ou total repressão, Luma faz um paralelo com a própria história.
A cearense conta que, nas primeiras séries escolares em Morada Nova, chegou a ser agredida por outros alunos por “ser diferente e sempre preferir brincar com as meninas”. “Uma vez, quando cheguei na sala de aula chorando, ouvi da professora: 'Bem feito. Quem mandou você ser assim?' ”, recorda. O menino João não se sentia bem para ir ao banheiro masculino e não podia frequentar o feminino. “Sentia dores abdominais porque preferia não ir ao banheiro. Muitas vezes, saia correndo para casa quando terminava a aula para urinar”, conta.
Superação
Em vez de desistir de assumir quem era ou se rebelar, Luma repetia para si mesma: “Eu vou superar isso”. E, assim, foi vencendo o preconceito dos alunos e professores, sendo sempre o destaque da turma. “A estratégia era eu ser a melhor aluna. Eu fazia um acordo, eu ajudava, dava aulas particulares e eles me aceitavam”, diz. Aos 18 anos, quando passou no vestibular na primeira tentativa para o curso de Ciências da Universidade Estadual do Ceará (Ceará), no campus de Limoeiro do Norte, os olhares de reprovação por se vestir com roupas femininas e estar maquiada não diminuíram. “Eu me enganei. Na faculdade, eu sofri tanto quanto na educação básica”.
De cabelos compridos, mas ainda assinando como João, Luma voltou para a sala de aula. Dessa vez, como professora de Ciências da Natureza. “No primeiro dia, os diretores da escola ficaram atrás da porta para observar como eu dava aula”, lembra. Ao contrário do que pensavam, a professora era uma das mais queridas e reconhecidas pelo ensino. “Por entender as dificuldades de ser diferente, eu me identificava muito e me aproximava dos alunos. Muitos deles, de alguma forma, se viam diferentes”, conta.
Em 1998, Luma Andrade passou para concurso de professor efetivo da rede municipal de Morada Nova e também começou a ensinar em escolas estaduais e particulares. Quando passou no Mestrado em Desenvolvimento do Meio Ambiente em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apesar de ser vista por colegas de trabalho com “mau exemplo”, não abriu mão de continuar a ensinar e pediu transferência para uma escola de Aracati, município mais próximo de onde estudava.
Com o título de mestre, em 2003, ela prestou concurso para a rede estadual de ensino de Aracati e, de quatro vagas, foi a primeira e única aprovada. Na hora de ser lotada, os diretores disseram que não havia vagas e Luma teve de pedir a intervenção da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) para assumir o cargo. Em Aracati, Luma passou a dar palestras e aulas de cursinho pré-vestibular e desenvolveu, em 2005, o projeto “Intimamente Mulher” que incentivava alunas e professoras a fazer exames de prevenção. A iniciativa ganhou o primeiro lugar no Estado e Luma recebeu o prêmio no Ministério da Educação.
Mesmo com reconhecimentos e títulos, a educadora continuava encontrando discriminação. Ao colocar próteses de silicone nos seios, a travesti conta que foi enviada uma denúncia à Secretaria de Educação. “Eles diziam que estava mostrando os seios para os alunos, mas provei que não era verdade. Ia até com uma bata para não chamar atenção”. Em 2007, passou em uma seleção e mudou-se para Russas para ser supervisora de 26 escolas estaduais em 13 municípios do Ceará. No cargo, a travesti pode acompanhar e ajudar mais de perto as histórias de outras “Lumas” agredidas na escola ou em casa. “Eu via nelas eu mesma. Toda a dificuldade que passei”.
Mudança de nome
Aos 33 anos, Luma ainda tinha nos documentos o nome de João Filho Nogueira de Andrade. No dia da mulher de 2010, ganhou o presente de ser a primeira travesti a ter o direito de mudar os documentos sem a operação de mudança de sexo no Ceará. As histórias de vitórias e de superações que já chamaram atenção de cineasta e políticos não vão parar. Luma não se cansa de seguir e abrir os caminhos em defesa da diversidade humana. “Quero combater todo o preconceito. Cada passo que eu dou, cada degrau que eu subo, sei que estou contribuindo para mudar pessoas e não posso deixar de buscar novos espaços. A própria travesti pensa que não existe outro caminho sem ser a prostituição”, afirma.
FONTE: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/04/busquei-no-estudo-uma-vida-melhor-diz-1-travesti-doutoranda-do-pais.html
Professores e preconceito contra gays
Em nossas pesquisas realizadas dentro do GECOPROS, em específico a pesquisa intitulada: A Representação Social da Sexualidade no cotidiano escolar a partir das narrativas de professoras da Creche ao Ensino Fundamental I (2011) - sinalizou para o preconceito dos professores(as) em relação homossexualidade na escola, nessa pesquisa em específico na creche, educação infantil e séries iniciais.
A Pesquisa recente da ONG Reprolatina (2012) reafirma também os dados apresentados pela Unesco em 2004 - O perfil dos professores brasileiros: O que Fazem, o que pensam, o que almejam.
Em ambos os documentos reafirmam o preconceito dos(as) professores(as) em relação aos homossexuais. Para refletir precisamos nos indagar qual é a função do professor(a) é essa? Não seria de acolher a diversidade?
Profª Ma. Maria José Dias de Freitas
E-mail: mjddfreitas@yahoo.com.br
sábado, 7 de abril de 2012
Tamanho de pênis
A medida do pênis precisa ser feita da base até a glande, quando o pênis estiver ereto.
- Um pênis flácido mede, em média, de 5 a 10 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro.
- O tamanho de um pênis considerado na média varia de 12 a 17 cm e o diâmetro alcança 3 cm.
- A média mundial do tamanho de pênis é de 13,7 cm.
- Um pênis é considerado grande quando maior que 17 cm ereto.
- Considera-se micropênis quando a medida for menor que 7,5 cm ereto ou que 4 cm flácido.
- O pênis cresce até aproximadamente os 18 anos. O tamanho também é determinado geneticamente.
- Um pênis ereto pesa cerca de 150 gramas, praticamente o dobro se comparado enquanto ele estiver flácido.
- Cada homem tem um pênis de um tamanho diferente. A realidade é que não há um tamanho certo ou errado.
Dicas para quem anda preocupado com o tamanho do pênis:
- Converse com sua parceira ou seu parceiro sobre o assunto.
- Cuida de si mesmo, fazer exercícios físicos elevam a segurança e auto-estima, além de proporcionar maior resistência e força.
- Apare o cabelo em volta do pênis. O excesso de pêlos fazem com que o pênis pareça menor.
- Se houver muitas dúvidas, converse com um especialista, como o urologista.
Fonte: Terra. O Guia dos Curiosos - Sexo, Autor: Marcelo Duarte, Editora: Cia. Das Letras.
bancodesaude.com.br/sexo-relacionamento/tamanho-penis
Artigo: Proibir aborto não reduz prática
Um levantamento feito pelo Instituto Guttmacher, dos Estados Unidos, mostrou que leis severas contra o aborto não reduzem a prática. Pelo contrário: as taxas mais altas de aborto foram constatadas justamente em regiões com legislação restritiva. Na América Latina, que tem relativamente o maior número de abortos do mundo, a maioria dos países proíbe a prática. Em 2008, 32 em cada mil mulheres latinas (de 15 a 44 anos) fizeram aborto. Na África a taxa foi de 29 a cada mil mulheres e na Europa Ocidental – que tem a legislação mais permissiva – o índice foi de 12 em cada mil.
Por outro lado, a quantidade de abortos caiu. Em 2008, cerca de 28 mulheres em cada mil interromperam a gravidez, em comparação a 35 a cada mil em 1995. Mas a proporção de abortos feitos em condições que apresentam riscos às mulheres cresceu de 44% para 49% entre 1995 e 2008. Na África, a taxa de abortos de alto risco para a vida da mulher chega a 97%, seguido pela América Latina (95%), Ásia (40%), Oceania (15%), Europa (9%) e América do Norte (menos que 0,5%).
Leia o artigo AQUI.
Pesquisa revela dados sobre parto e nascimento no Brasil
Resultados preliminares do projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento revelam que apenas 45% das mulheres que dão à luz no país planejam de fato a gravidez. De acordo com a coordenadora do estudo e pesquisadora do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da ENSP, Maria do Carmo Leal, "esse número aponta para uma situação preocupante, pois mostra que uma expressiva parte da nossa população não esta planejando sua reprodução. Ela vem acontecendo por acidente, e o Ministério da Saúde precisa ficar alerta e trabalhar melhor a questão da contracepção". O projeto de âmbito nacional, que teve início em fevereiro de 2010, tem como principal objetivo conhecer as complicações maternas e as dos recém-nascidos, de acordo com o tipo de parto no país. Para isso, já entrevistou 92% da amostra, revelando também que 53% dos partos no Brasil são cesáreos, com prevalência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Com 22 mil mulheres entrevistadas das 24 mil mulheres que representam 100% da amostra , o projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento esteve representado em 191 municípios e 266 diferentes estabelecimentos de saúde. Foram entrevistadas 90 mulheres em cada instituição de saúde nas categorias pública, privada e mista (que atende pelo SUS e particularmente). Participaram da pesquisa aquelas que realizaram mais de 500 partos por ano. Todos os Estados brasileiros foram contemplados na amostra.
Na pesquisa, as mães foram perguntadas sobre tentativa de interrupção na gravidez; assistência pré-natal; local no qual realizaram o pré-natal; como o parto foi pago; como chegaram à maternidade; por quantas maternidades tiveram de passar até a maternidade onde, de fato, o parto foi realizado; se tiveram acompanhante no parto; se ficaram satisfeitas por terem direito à acompanhante; e qual foi o tipo de parto. De acordo com a coordenadora da pesquisa, apenas 45% das mulheres no Brasil planejam a gravidez, sendo 49% delas na região Sul e 40% na região Norte, sem diferenças entre capital e interior. Quando perguntadas sobre tentativas de interrupção na gravidez, 2,3% das mulheres responderam que tentaram a amostra se baseia nas mulheres que tentaram, mas não obtiveram sucesso sendo 3,7% delas na região Norte, 3,5% na região Nordeste e 1,5% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Outro ponto levado em consideração na pesquisa foi em relação à assistência pré-natal. Os resultados da pesquisa apontam que apenas 1,2% das mulheres em todo o país não realizam assistência pré-natal, 2,2% delas na região Norte e 0,6% na região Sul, sem diferenças entre capital e interior. Quando perguntadas sobre em que tipo de serviço de saúde realizaram o pré-natal, 86% das mulheres responderam que o fizeram no sistema público sendo 43% delas somente no SUS, e 43% delas no sistema misto e 14% no sistema privado, sendo essa proporção bem mais elevada no Sudeste, com 22%, enquanto no Norte e Nordeste 5% e 6% respectivamente. Com relação a como o parto foi pago, 83,6% foram pagos pelo Sistema Único de Saúde, e 16,4% pelos Planos de Saúde.
Mulheres são questionadas sobre como chegaram a maternidade e sobre acompanhantes no momento do parto
A forma como as mulheres chegam à maternidade também foi levada em consideração pela pesquisa: 18,5% das mulheres chegam de ambulância, sendo 12,3% da região Sudeste, 10,5% da região Sul, 32% da região Norte e 22% da região Nordeste; 74,1% das gestantes chegam à maternidade de carro ou táxi, sendo 80% na região Sudeste, 84% na Sul, 81% na Centro-Oeste e 69% na região Nordeste. Segundo Maria do Carmo Leal, há diferenças entre capital e interior, e esse cenário de maior assistência de ambulância nas regiões Norte e Nordeste é consequência de investimentos recentes do Ministério da Saúde naquelas regiões. Quase 80% das mulheres chegam à maternidade de carro e táxi e 14% de ambulância na capital. Já no interior, 73% chegam de carro e táxi e 21% de ambulância. No âmbito da quantidade de hospitais que precisam percorrer, 85% conseguem atendimento no primeiro hospital, 11% delas no segundo e cerca de 4% delas somente no terceiro hospital. Na região Sul, a taxa é diferente das demais regiões e a melhor de todas 92% das mulheres conseguem atendimento no primeiro hospital, sendo 79% para capital e 91% no interior.
As mulheres também foram questionadas sobre ter acompanhante no parto, 75,4% delas tiveram acompanhante, 81% no Sul, 76% no Norte, 78% no Sudeste, 71% no Nordeste e 65% no Centro-Oeste, com diferença entre capital e interior, 81% e 72% respectivamente. Com relação ao tipo de serviço, no público 72% das mulheres tiveram acompanhantes, e no privado 95%. Quando perguntadas sobre a satisfação de poder ter um acompanhante, 85,3% das mulheres responderam que ficaram muito satisfeitas. A pesquisa avaliou principalmente o tipo de parto no Brasil. Segundo resultados preliminares do projeto, atualmente, no país, 47% dos partos são vaginais (parto normal), 53% são cesáreos, e 0,7% utilizam fórceps. Nas regiões do país, os números de partos cesáreos são altos, 59% na região Centro-Oeste, 57% na Sudeste, 55% na região Sul e 47% nas regiões Norte e Nordeste. De acordo com Maria do Carmo, há diferenças entre capital e interior, pois são realizados 56% de partos cesáreos na capital e 51% no interior, e a divisão no serviço de saúde também é significativa, 46% no serviço público e 89% no privado.
Esses números apontam que o Ministério da Saúde precisa reformular e formular políticas públicas voltadas para essa área. No caso das mulheres que foram perguntadas sobre o planejamento da gravidez, os números apontam claramente que a nossa população não está planejando sua reprodução, ela está acontecendo por acidente, e o Ministério da Saúde precisa trabalhar melhor a questão da contracepção, destacou a coordenadora da pesquisa. De acordo com Maria do Carmo Leal, o projeto pretende ainda não só estimar o número de partos cesáreos em instituições públicas e privadas, mas também a motivação para a opção pelo tipo de parto e descrever as complicações imediatas causadas por essas escolhas nos recém-nascidos e nas mulheres.
O projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento foi demandado pelo Ministério da Saúde ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que abriu edital público para sua realização. Um grupo de pesquisa, coordenado pela pesquisadora Maria do Carmo Leal e composto com diversas instituições universitárias, Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ,foi o contemplado. Além disso, o projeto recebeu suporte do Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova-ENSP), organizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que contemplou a coordenadora do estudo pela terceira vez no edital Cientista do nosso Estado.
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